Duas evidências arqueológicas nos fornecem indícios de quais teriam sido os primeiros habitantes a viver em terras filipinas. A primeira evidência, a descoberta do Homem de Callao (Homo luzonensis), uma espécie primitiva provinda da África e que teria habitado a região cerca de 67 mil anos atrás, sendo estes os primeiros habitantes de que se tem registro. A segunda, o Homem Tabon, habitantes da ilha de Palawan desde cerca de 47 mil anos atrás, e dos quais descendem os atuais povos indígenas dessa ilha.
Bem mais recente, por volta de 2500 a.C., iniciou-se a migração às Filipinas, dos povos austronésicos, provindos de Taiwan, que viriam a ter forte influência na atual língua filipina. Já a partir de 200 d.C. começaram a se formar os chamados Barangays, que eram comunidades formadas por diversas famílias, e que realizavam comércio com outras partes da Ásia. Comércio este que contribuiu para formação dos primeiros reinos até o século XV, período de relativa paz em terras filipinas.
Foi só em 1521 que o primeiro europeu, o explorador português Ferdinand Magellan a serviço da coroa espanhola, chegou às Filipinas e tentou reivindicar o local para a Espanha. Porém durante uma batalha contra um líder local de nome Lapulapu, Magellan foi morto no que é conhecido como a Batalha de Mactan. Dessa forma, o início do domínio espanhol sobre as Filipinas acabou atrasando até o ano de 1565, ano da chegada de outro explorador, o espanhol Miguel López de Legazpi e o consequente estabelecimento das Filipinas como uma colônia espanhola. Inclusive o nome Filipinas é uma homenagem ao então rei espanhol, Filipe II. Com o domínio espanhol, o catolicismo começou a ser amplamente difundido nas Filipinas. Atualmente essa é a principal religião do país, sendo seguida por 80% da população. Esse é um fato que diferencia bastante as Filipinas de seus vizinhos asiáticos, que seguem outras religiões como o Budismo.
O domínio espanhol sobre as Filipinas viria a durar até o ano de 1898, com um pequeno período de domínio inglês entre 1762 e 1764, com a ocupação de Manila durante a Guerra dos Sete Anos entre a Inglaterra e a França, estando a Espanha aliada aos franceses. O final do domínio espanhol se deu por dois fatores, sendo a primeira a insatisfação filipina com a Espanha, e o crescente sentimento de independência, que fez surgir líderes revolucionários, como o famoso José Rizal, assassinado pelos espanhóis em 1896. E em segundo a derrota da Espanha para os Estados Unidos na Guerra Hispano-Americana de 1898, e a consequente cessão das Filipinas ao domínio americano. Esse domínio americano não foi pacífico, ocorrendo por exemplo a proclamação da República Filipina pelos revolucionários, com Emilio Aguinaldo assumindo como presidente entre 1899 e 1891, resultando na Guerra Filipino-Americana e a consequente morte de algo entre 250 mil e 1 milhão de civis. Porém uma característica positiva se pode tirar desse período, a influência na língua falada em território filipino, trazendo o inglês como a segunda língua de parte significativa da população, fato que hoje contribui para o turismo.
Os americanos dominariam as Filipinas até o ano 1935, quando a chamada Comunidade Filipina, um estado de transição, que deveria durar 10 anos até a completa independência, seria criado e passaria a controlar o país, com Manuel Quezon como o presidente. Porém os filipinos não viriam a ter tanta sorte, e no final de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, as terras filipinas são invadidas dessa vez pelo exército imperial japonês, resultando em mais 1 milhão de mortos, em tristes episódios da história, como o Massacre de Manila e o Massacre de Palawan. Os japoneses seriam derrotados na guerra em 1945, e a independência filipina seria proclamada finalmente em 1946, com outros 15 presidentes até os dias de hoje.
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