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Atenas, a mais histórica e antiga das capitais européias.

Atualizado: 11 de nov. de 2021

Um roteiro de dois dias por Atenas, a capital da Grécia e uma das cidades mais ricas em história do mundo.

Nenhum viajante apaixonado por história pode se considerar completo sem antes visitar Atenas, uma cidade que simplesmente respira história! Muitas figuras que impactaram de forma significativa a história da humanidade nasceram ou viveram nessa cidade, e apenas para citar algumas delas temos Clístenes, o pai da democracia; os famosíssimos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles, de quem todo mundo já ouvir falar; importantes matemáticos, como Pitágoras; entre tantos outros. A história da cidade é tão antiga que devido à ausência de registros históricos, acaba se confundindo com relatos da mitologia grega. Mitologia esta que conta que a cidade teria sido fundada por volta do século XVI a.C. pelo rei Cécrope I, uma figura lendária metade homem, metade serpente, e que teria governado a cidade por 50 anos.

Atualmente Atenas é a capital e maior cidade da Grécia, com uma população de aproximadamente 700 mil habitantes. Recebe mais de 6 milhões de turistas todos os anos, que vêm à cidade para visitar suas contruções milenares, degustar de uma das melhores culinárias da Europa ou até mesmo passear por suas centenas de lojas de souvenirs.

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Nossa estadia em Atenas se iniciou em uma quente manhã de verão (agosto de 2021). Chegamos à cidade pelo Aeroporto Internacional Elefthérios Venizélos, e depois de comprarmos os tickets no valor de 6€ por pessoa, tomamos o ônibus X95, com destino ao bairro de Monastiraki. Desembarcamos no último ponto de parada do ônibus, a Praça Syntagma, após pouco mais de uma hora de trajeto, e dali nos pusemos a caminhar em direção a nosso hotel para largar as malas e iniciar nosso roteiro pela cidade. Já era quase hora do almoço, porém a agonia para conhecer a cidade era tão grande que resolvemos apenas comprar uns sanduíches em um quiosque no caminho, para não perder mais tempo.


Nosso primeiro ponto de visitação na cidade de Atenas foi a pequenina Igreja de Panagia Kapnikarea, de religião Católica Ortodoxa Grega. Essa é uma das mais antigas igrejas da cidade de Atenas e foi construída durante o século XI enquanto os bizantinos dominavam a Grécia. O interior da igreja, com suas várias imagens de santos pintadas nas paredes, é bastante interessante e diferente das tradicionais igrejas católicas romanas. Não é necessário pagar para entrar na igreja, porém fotos em seu interior não são permitidas.

Igreja de Panagia Kapnikarea


A poucos metros da igreja, chegamos à mais movimentada das praças de Atenas, a Praça Monastiraki. Localizada no coração do bairro de mesmo nome, esse é com certeza um dos melhores lugares da cidade para experimentar uma comida típica grega, devido a enorme quantidade de restaurantes lá existentes.

Num dos cantos da Praça Monastiraki se localiza a Mesquita Tzisdarakis, construída no ano de 1759, durante o domínio do Império Otomano na Grécia. Segundo algumas histórias, para construir essa mesquita, os otomanos utilizaram um dos pilares do antigo Templo de Zeus Olímpico.

Praça Monastiraki e Mesquita Tzisdarakis


A Grécia esteve sob domínio do Império Romano entre os anos 31 a.C. e 180 d.C., e por esse motivo é possível encontrar várias contruções romanas na cidade de Atenas. Uma delas se localiza bem ao lado da Mesquita Tzisdarakis. Trata-se da antiga Biblioteca de Adriano, construída no ano 132 d.C. pelo então imperador romano da época. O imperador Adriano era um grande admirador de Atenas, tendo durante seu reinado, transformado a cidade na capital cultural do Império Romano.

Atualmente é possível ver apenas ruínas do que era a contrução da Biblioteca de Adriano, e para ter acesso ao local e poder chegar perto das antigas colunas de mármore é preciso comprar ingresso. Existe uma opção de um ingresso combo, no valor de 30€ por pessoa, que dá direito a entrada em algumas das principais atrações da cidade. Decidimos por esta opção e compramos o ingresso combo na bilheteria da própria Biblioteca de Adriano.

Biblioteca de Adriano


Biblioteca de Adriano


O próximo local que visitamos em Atenas foi a Antiga Ágora de Atenas. Ágora na antiga Grécia se referia a um local, geralmente localizado na parte mais central da cidade, que servia de ponto de encontro para os habitantes, para realizar comércio, fazer discussões políticas... Seria o equivalente a uma praça central de uma cidade moderna. Para visitar a Antiga Ágora de Atenas utilizamos o mesmo ingresso combo que já havíamos comprado anteriormente na bilheteria da Biblioteca de Adriano.

Dentro da Antiga Ágora de Atenas se localizavam vários templos em homenagem a deuses da mitologia grega. Muitos desses templos atualmente se encontram em ruínas, porém um deles sobreviveu aos séculos e é considerado o mais preservado de todos os templos da antiga Grécia. Trata-se do Templo de Hefesto, construído entre os anos 449 e 415 a.C. Esse templo é dedicado a Hefesto, deus dos trabalhos com metal, dos escultores, artesãos, do fogo e dos vulcões e, segundo a mitologia, o criador das armas e armaduras dos deuses e heróis gregos e marido de Afrodite, a deusa do amor.

Templo de Hefesto

Outro importante ponto para ser visitado dentro da Antiga Ágora de Atenas é a Estoa de Átalo. Essa "calçada coberta" foi inicialmente construída pelo rei Átalo II durante o século II a.C., porém não sobreviveu aos milênios que se passaram desde aquela época. Foi então que a Escola Americana de Estudos Clássicos de Atenas reconstruiu o prédio entre os anos de 1952 e 1956, da mesma forma que a construção inicial. Atualmente esse prédio abriga o Museu da Ágora, onde se localizam várias cerâmicas e objetos da Grécia Antiga.

Estoa de Átalo


Saindo da Ágora de Atenas, caminhamos em direção à Ágora Romana. Nos tempos do domínio romano na Grécia, estes resolveram construir sua própria ágora, que possuía a mesma função de servir como ponto central de encontro dos habitantes da antiga Atenas durante esse período. Ao chegar a esse local, logo avistamos o imponente Portão de Athena Archegetis, construído no ano 11 a.C. e que servia de porta de entrada para o local. Apresentamos novamente o ingresso combo e pudemos entrar.

Portão de Athena Archegetis


Já dentro da Ágora Romana, talvez o mais importante dos monumentos seja a Torre dos Ventos. Construída por volta do ano 50 a.C., é considerada a primeira estação metereológica do mundo. Esta construção de 15 metros de altura possuía alguns relógios de sol na parte superior, que podiam ser vistos ao longo de toda ágora. Poderiamos dizer que este monumento foi um precursor do Big Ben (de Londres) e de tantas outras torres de relógio espalhadas pelo mundo.

Torre dos Ventos


Aproximadamente um quilômetro distante da Ágora Romana, chegamos ao Arco de Adriano. Esse arco de mármore com 18 metros de altura, foi construído por volta do ano 132 d.C. pelo povo ateniense para homenagear e agradecer ao imperador romano Adriano (o mesmo da Biblioteca) por suas benfeitorias à cidade de Atenas, sendo a principal delas, de concluir a construção do maior templo de toda Grécia, o Templo de Templo de Zeus Olímpico. Não é necessário nenhum ingresso para visitar o Arco de Adriano.

Arco de Adriano


O Templo de Zeus Olímpico se localiza a apenas alguns passos do Arco de Adriano e foi construído para reverenciar Zeus, o líder de todos os deuses. Esse templo monumental que possuía 104 gigantescas colunas, teve sua construção iniciada no ano de 561 a.C. e concluída apenas em 131 d.C. Com o passar dos anos várias de suas colunas foram utilizadas para construção de outros monumentos, como igrejas e mesquitas. Para ingressar ao local onde se encontra o Templo de Zeus Olímpico e se aproximar das apenas 15 colunas ainda remanescentes, também utilizamos o ingresso combo, porém infelizmente o templo está passando por reformas.

Colunas remanescentes do Templo de Zeus Olímpico


E para concluir o primeiro dia de nosso passeio por Atenas, caminhamos até um dos mais interessantes pontos turísticos da cidade, o Estádio Panatenaico. Inicialmente construído em madeira no ano de 330 a.C. para abrigar os jogos panatenaicos, esse estádio foi reconstruído e ampliado por Herodes Atticus, um importante senador ateniense, no ano de 144 d.C. dessa vez em mármore e com capacidade para 50.000 pessoas. Foi abandonano por vários séculos e acabou sendo quase completamente soterrado. Apenas nos anos de 1869 começaram as excavações e ampliações que permitiram que esse estádio fosse o palco da primeira olimpíada moderna em 1896. Além disso nesse estádio ocorreram a abertura e encerramento das olimpíadas de 2004. Para visitar o estádio, compramos o ingresso no valor de 5€ por pessoa e pudemos subir nas antigas arquibancadas de mármore, visitar a sala que contém as tochas olímpicas de todas as olimpíadas, correr na pista de atletismo e ainda tirar uma foto em um pódio montado próximo a pista.

Estádio Panatenaico


Tocha da olímpiada do Rio 2016


Após a visita ao estádio, muito devido ao intenso calor que fazia na cidade de Atenas, já estávamos bastante cansados e como já era final de tarde, optamos por retornar ao hotel para um banho e nos preparmos para jantar.

Para o jantar decidimos retornar à praça Monastiraki e comer Gyros Pita, um típico e barato prato grego, feito com carne temperada, que normalmente é de frango ou de porco, servido com batatas fritas e enrolado num pão pita. E assim concluímos nosso primeiro dia em Atenas, já ansiosos pelo próximo que estava por vir.

Gyros Pita


No dia seguinte acordamos cedo para conhecer o mais famoso ponto turísco de toda Grécia, a Acrópole de Atenas.



Acrópole significa "cidade alta" e na antiga Grécia, toda grande cidade possuía a sua. A abertura dos portões da Ácropole acontece às 8 horas da manhã, e por esse motivo decidimos chegar bem cedo, por volta das 7:45 para evitar filas. Porém, mesmo nesse horário, acabamos por encontrar uma pequena fila em frente ao portão principal e uma bastante grande em frente à bilheteria. Como a entrada na Acrópole está incluída no ingresso combo que havíamos comprado no dia anterior, pudemos ir direto à fila do portão de entrada. Tradicionalmente os turistas que visitam a Acrópole seguem as setas de uma pequena trilha que passa pelas várias atrações, tendo como último ponto o Partenon, grande símbolo da cidade de Atenas. Como queríamos chegar logo até ele, ignoramos as placas e fizemos o sentido contrário. O resultado foi termos sido os primeiros a chegar, podendo tirar fotos sem aparecer cabeças de centenas de turistas (rsrs).

Em nossa "trilha inversa", dentro de 5 minutos após a entrada já chegávamos ao Propileu, o monumental portão da Acrópole e dali já podíamos avistar o imponente Partenon, o famoso templo dedicado à deusa da sabedoria Atena, patrona da cidade. Construído entre os anos 447 e 432 a.C. durante o reinado de Péricles, no ápice da cidade-estado de Atenas. Ao longo dos anos os diferentes impérios que dominaram a Grécia utilizaram o templo para diferentes funções, que variavam desde armazém de armas, até igrejas e mesquitas. Entre os anos 1800 e 1803, um inglês conhecido como Lorde Elgin chegou à cidade de Atenas, então dominada pelos Otomanos, e com a "autorização" do sultão, iniciou a remoção de grande parte dos mármores do Partenon, os enviando à Inglaterra. Atualmente estes mármores estão expostos no Museu Britânico (British Museum) e o direito de posse dos mesmo, já foi até tema de disputas judiciais entre a Grécia e a Inglaterra, como a retratada no filme “Promakhos (The First Line)”.

Partenon


Outro importante monumento da Acrópole, localizado bem ao lado do Partenon é o Erecteion. Segundo a mitologia grega, após a fundação de Atenas, houve uma disputa entre os deuses Poseidon e Atena, para decidir quem daria nome à cidade, sendo o vencedor quem desse o melhor presente. Poseidon bateu seu tridente ao chão e do local, surgiu uma fonte, enquanto Atena, presenteou a cidade com um pé de oliveira, ganhando a disputa. Segundo a lenda, essa disputa teria ocorrido no local onde hoje se encontra o Erecteion e é possível ver uma linda oliveira, que é preservada ao lado desse templo, homenageando o presente da grande deusa. Além disso, acredita-se que o Erecteion teria sido construído sobre o local de enterro de Cécrope, o rei fundador de Atenas.

Oliveira, presente da deusa Atena


Em uma das laterais do Erecteion é possível avistar as belas Cariátides, seis colunas em formato de mulher carregando o teto do templo. No entanto, essas estátuas/colunas que que lá se encontram atualmente, são apenas réplicas das que existiam no período da antiga Grécia.

Erecteion e as Cariátides


Após dezenas de fotos desses belos templos, era hora de descer a Acrópole, passando próximo a mais um pequeno monumento, o Templo de Atena Nike, construído em 420 a.C. e dedicado a deusa da vitória.

Templo de Atena Nike


Chegamos então ao Odeon de Herodes Atticus, construído em 161 d.C. pelo senador grego que deu seu nome ao monumento. Esse odeon ainda nos dias atuais é utilizado para concertos e óperas.

Mais alguns metros de caminhada e para concluir nossa visita ao parque arqueológico da Acrópole, encontramos o Teatro de Dionísio. Considerado o primeiro teatro do mundo, sua construção se iniciou no final do século VI a.C., em homenagem ao deus do vinho e das festas.

Teatro de Dionísio


Nossa visita à Acrópole durou pouco mais de duas horas, e como ainda possuíamos tempo antes do meio-dia, rumamos em direção ao Museu da Acrópole. Esse novíssimo museu abriu suas portas no ano de 2009, com o intuito de abrigar as remanescentes esculturas, frisos e outras peças de mármore que residiam na Acrópole. Dentre todas elas, destacam-se os frisos do Partenon e cinco das seis cariátides do Erecteion. A sexta cariátide se encontra no British Museum em Londres, tendo sido levada por Lorde Elgin no início do século XIV.

Museu da Acrópole: Frisos e esculturas do Partenon


Museu da Acrópole: Cariátides do Erecteion


Para almoçar queríamos novamente degustar uma comida típica grega, e o melhor lugar para isso na cidade de Atenas, com toda certeza é a Praça Monastiraki. Porém a caminho da praça decidimos fazer uma parada estratégica no Monte Areópago, onde desde o século VII a.C. eram realizadas as reuniões do Supremo Tribunal da antiga Atenas. Nesse monte é possível ter uma bela vista de toda Acrópole.

Vista do Monte Areópago para a Acrópole


Chegando na praça, desfrutamos de uma tradicional salada grega com queijo feta e souvlaki, o famoso espetinho grego, com pão pita.

Salada Grega com Queijo Feta


Souvlaki com Pão Pita


Em Atenas, também nos arredores da Praça Monastiraki, existem dezenas de lojas de souvenirs, e como em toda viagem que fazemos sempre trazemos alguns para casa, decidimos por, após o almoço, não conhecer mais nenhum ponto turístico, mas sim desfrutar a tarde passeando pelas lojas.

Já durante a noite, escolhemos jantar e tomar alguns drinks no bar mais recomendado de Atenas, o 360º Cocktail Bar. Esse bar possui uma vista maravilhosa para a Acrópole, que fica toda iluminada durante a noite. Cloncluímos dessa forma com chave de ouro nosso roteiro de dois dias na cidade de Atenas.

Vista para a Acrópole no 360º Cocktail Bar

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